tarifaço

Por g1

O governo apresentou nesta quarta-feira (13) a primeira parte do pacote de medidas para socorrer empresas afetadas pela cobrança de uma sobretaxa de 50% para entrada de produtos brasileiros nos Estados Unidos.

– A principal medida anunciada foi a criação de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para auxiliar empresas impactadas pelo tarifaço imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump. O acesso às linhas estará condicionado à manutenção do número de empregos.

– Também foi prorrogado, por um ano, o prazo para que as empresas consigam exportar mercadorias que tiveram insumos beneficiados pelo chamado “drawback”. O mecanismo foi criado para incentivar as exportações e permite a suspensão ou isenção de tributos na importação de insumos utilizados para fabricar produtos que serão exportados em seguida.

– Além disso, a Receita Federal fica autorizada a fazer diferimento (adiamento) de cobrança de impostos para as empresas mais afetadas pelo tarifaço. Essa prática já havia sido adotada anteriormente durante a pandemia da Covid-19.

– O governo também anunciou que as empresas exportadoras terão crédito tributário (valores a abater em impostos) para que suas vendas ao exterior sejam desoneradas. As grandes e médias empresas passam a contar com até 3,1% de alíquota, e as micro e pequenas, com até 6%. Essa medida terá impacto de R$ 5 bilhões até o fim de 2026.

– As empresas exportadoras, principalmente as pequenas e médias, terão mais acesso a operações de seguro, que protegem o exportador contra riscos como inadimplência ou cancelamento de contratos.

– A União, estados e municípios poderão fazer compras públicas para seus programas de alimentação (para merenda escolar, hospitais etc.). A medida vale apenas para produtos afetados pelas sobretaxas dos EUA.

– O governo anunciou, ainda, que continuará trabalhando para diversificar mercados, ou seja, buscando novos países compradores dos produtos sobretaxados pelos Estados Unidos.

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O governo brasileiro acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos contra produtos produzidos no Brasil. Na avaliação do Itamaraty, os EUA “violaram flagrantemente” compromissos assumidos com a própria OMC.

“Ao impor as citadas medidas, os EUA violam flagrantemente compromissos centrais assumidos por aquele país na OMC, como o princípio da nação mais favorecida e os tetos tarifários negociados no âmbito daquela organização”, informou, por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores.

O documento enviado à OMC é um pedido de consultas aos EUA, instrumento instituído com o propósito de viabilizar, às partes, uma solução negociada para a disputa antes do eventual estabelecimento de um painel.

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– Trata-se, portanto, de uma primeira etapa formal no âmbito do sistema de solução de controvérsias na OMC. O pedido foi apresentado no âmbito do Sistema de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Nesse documento, o governo brasileiro voltou a reiterar sua disposição para negociação. Ele espera que as consultas contribuam para uma solução para a questão. A data e o local das consultas deverão ser acordados entre as duas partes nas próximas semanas.

Trump

No mês passado, o presidente Donald Trump anunciou tarifas mais altas para produtos importados do Brasil como retaliação pelo processo de tentativa de golpe de Estado ao qual o ex-presidente Jair Bolsonaro responde na Justiça.

Na prática, as tarifas de 50% para vários produtos brasileiros inviabilizam a comercialização desses produtos com os Estados Unidos. 

Fonte: Agência Brasil

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A governadora Fátima Bezerra recebeu representantes de entidades do setor produtivo do Rio Grande do Norte e apresentou as medidas que serão adotadas pelo Governo do Estado com o objetivo de reduzir os efeitos nocivos à economia potiguar em função das novas tarifas impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump. Entre as medidas estão o aumento da desoneração do ICMS às empresas do Proedi e a busca por novos mercados para os produtos sobretaxados.

O “tarifaço” abrange diversos produtos brasileiros e, no Rio Grande do Norte, a sobretaxa de 50% passa a incidir sobre 45 itens dos 47 produtos da pauta de exportações do RN para o mercado norte-americano.

Isso significa que 96% da produção potiguar destinada aos Estados Unidos da América sofrerá com a sobretaxa, excetuando os derivados de petróleo e, possivelmente, as castanhas de caju.

O Governo do RN publicou, ainda nesta quinta-feira (31), o decreto nº 34.771/2025, que aumenta a desoneração do ICMS às empresas beneficiadas pelo Programa de Estímulo ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Norte (Proedi).

A governadora Fátima Bezerra lamentou a nova política dos EUA e, por isso, reuniu os setores afetados e representantes do governo em um diálogo para construir, juntos, ações que reduzam o impacto na economia local. “Este é um dos momentos de maior ataque à nossa soberania, e as consequências são muito danosas porque elas resultam em menos emprego e, portanto, menos cidadania e menos desenvolvimento. É um ataque frontal e brutal às empresas; e, atacando elas, está atacando algo fundamental para a vida do nosso povo, que é o emprego”, destacou Fátima Bezerra.

Entre janeiro e junho de 2024, as exportações do RN com destino aos Estados Unidos totalizaram US$ 67,1 milhões, colocando os EUA entre os três principais parceiros comerciais do RN.

“Desde o primeiro momento em que tomamos conhecimento, designei o Cadu e o Alan Silveira, nas secretarias da Fazenda e de Desenvolvimento Econômico, que abrissem imediatamente o diálogo com a Agricultura, com a indústria, com o comércio, para que juntos pudéssemos construir as alternativas mais adequadas para mitigar os impactos diante dessa medida inaceitável que é o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos”, explicou Fátima.

A partir desse diálogo, o Governo do Estado e os representantes do setor produtivo têm construído ações para amortecer os impactos das medidas impostas pelo governo dos Estados Unidos, com efeitos diretos e indiretos na economia do RN, entre eles o desemprego.

“O Governo do RN jamais poderia ficar omisso diante de uma situação como essa. Então, por meio do diálogo construtivo com a representação do setor produtivo do nosso estado, chegamos às medidas mais adequadas para mitigar os impactos”, afirmou Fátima.

O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Sedec), Alan Silveira, enfatizou que parte dessas medidas já está sendo colocada em prática. “O Governo do Estado apresentou uma proposta para todos os setores produtivos do Rio Grande do Norte que estão sendo afetados pelo tarifaço. Essa proposta foi acatada e vem para beneficiar e tentar mitigar os danos causados por essa nova política tarifária”, explicou Silveira.

Consta na proposta a ampliação do benefício do Proedi e também a compensação financeira da exportação. Paralelamente a isso, o governo mantém o diálogo com o governo federal, que, junto aos estados e aos diversos setores produtivos, busca reverter ou reduzir esse impacto à economia dos estados e, consequentemente, ao país.

O secretário da Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, explicou como o programa chegará às empresas e ao povo. “Essa iniciativa do Governo é para proteger os empregos gerados por essas empresas. Estamos atuando de duas formas. Primeiro, com a liberação dos créditos de ICMS. Isso é recurso direto às empresas. São créditos acumulados de empresas que realizam exportação, e vamos fazer a liberação no dobro do valor que fazíamos mensalmente, e esse valor acrescentado é exclusivo para as empresas impactadas pelo tarifaço”.

A segunda medida impacta diretamente as empresas participantes do Proedi. Se uma empresa tiver 10% do seu faturamento oriundos de exportação para os EUA, terá um acréscimo de 10% no seu benefício como forma de mitigar o impacto do tarifaço. “Essas duas medidas vão ajudar as empresas, mas a finalidade maior é manter os empregos gerados”, completa Cadu Xavier.

Todas as empresas impactadas se enquadram nas medidas adotadas pelo Governo do RN. Parte delas, incluídas no Proedi, serão beneficiadas com o aumento da desoneração, e as que não estão no Proedi serão beneficiadas com a liberação de créditos do ICMS.

Hugo Fonseca, secretário-adjunto da Sedec, detalhou que, além das medidas adotadas, o Governo do RN segue em diálogo para diversificar ainda mais os mercados. Atualmente, o RN tem negócios com mais de 80 países. “Ao mesmo tempo em que apresentamos essas medidas de suporte voltadas à questão do ICMS, também temos um plano de políticas públicas para, justamente, a abertura de novos mercados. Tudo isso de forma bem planejada, com vários cenários estabelecidos, a curto, médio e longo prazos”.

Roberto Serquiz, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), celebrou as medidas que ajudarão o setor produtivo nesse momento difícil. “Reconhecemos o esforço. É importante que o governo esteja, nesse momento de dificuldade, pensando em apoiar essas empresas que exportam. E colocamos, então, a permanência da abertura do diálogo, do canal de comunicação, porque essa análise da dimensão vai ser feita individualmente, empresa a empresa e setor a setor. Então, é muito importante o que o governo está fazendo, sobretudo na questão do diálogo aberto, para que possamos ter interlocução”, disse o presidente da FIERN.

A reunião contou ainda com a participação de Ivanilson Maia, secretário-adjunto do Gabinete Civil; Marcelo Júnior, secretário-adjunto da Agricultura e Pesca; Vilmar Pereira, vice-presidente da FIERN; Arimar França Filho (Sindpesca); Airton Torres (SIESAL); Diogo Maia (Sindpesca); Paulo Henrique Macedo, diretor-presidente da Codern; Laumir Barreto, diretor-executivo da Fecomércio; Zeca Melo, superintendente do Sebrae-RN; e José Vieira, presidente da Faern/Senar.

Medidas apresentadas pelo Governo do RN

  • Aumento da desoneração do ICMS às empresas beneficiadas pelo PROEDI;
  • Duplicação do valor mensal de créditos acumulados de ICMS para empresas exportadoras. Essa medida se restringe às empresas exportadoras afetadas pelo aumento das tarifas pelo governo norte-americano;
  • Mapeamento com precisão das barreiras tarifárias e não tarifárias em vigor para cada produto nos EUA;
  • Investimento na capacitação técnica de exportadores locais sobre exigências sanitárias e padrões internacionais;
  • Fomento a acordos comerciais e protocolos fitossanitários bilaterais, inclusive via articulação federativa;
  • Incentivo ao reposicionamento de produtos em cadeias de valor globalizadas, com foco em diferenciação e sustentabilidade;
  • Apoio à busca por novos mercados-alvo, especialmente na Ásia e na América Latina.
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Por Edinaldo Moreno / Jornal de Fato

O Sindicato da Indústria da Extração do Sal do Estado do Rio Grande do Norte (SIESAL-RN) teme colapso do setor salineiro no estado após a taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a importação de produtos brasileiros. Segundo estimativa da entidade que representa os salineiros potiguares, o tarifaço coloca em risco milhares de empregos diretos.

Segundo a entidade, a taxação colocará em risco 4 mil empregos diretos instalados em municípios do Semiárido Potiguar, além de postos de trabalho nas cadeias subjacentes, como venda, distribuição, frete rodoviário e frete marítimo.

O estado é responsável por produzir 98% do sal brasileiro e deve, portanto, sofrer grandes consequências com a medida e, segundo nota divulgada pelo SIESAL/RN, a medida do governo americano “vai excluir o sal nacional do mapa de negócios com as empresas americanas”.

O presidente do SIESAL-RN, Airton Torres, destaca ainda que os EUA respondem por 47% de todos os negócios que a indústria salineira tem com o exterior, segundo dados dos últimos seis anos levantados pelo sindicato. “Os Estados Unidos são, notadamente, o maior importador de sal do mercado atingível pelo produto sal brasileiro, com participação de 27% dos embarques”, informa.

Torres aponta que os Estados Unidos consomem cerca de 16 milhões de toneladas de sal importado e têm um consumo total de aproximadamente 50 milhões de toneladas anuais, valor expressivamente superior ao consumo interno. “A título de informação, o mercado brasileiro consome por ano cerca de 7 milhões de toneladas.”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o aumento de tarifas a produtos importados do Brasil para 50%, na noite da última quarta-feira (9). O país, até então, havia ficado com a sobretaxa mais baixa, de 10%, nas chamadas tarifas recíprocas, anunciadas pelo presidente estadunidense em 2 de abril.

A posição dos Estados Unidos foi formalizada em uma carta endereçada nominalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o comunicado, as tarifas serão cobradas a partir de 1º de agosto. Por meio de nota, Lula criticou o aumento das tarifas e afirmou que a medida será respondida com base na Lei de Reciprocidade Econômica.

Perda de receita inviabilizará operação do Porto Ilha

A nota divulgada pelo Sindicato da Indústria da Extração do Sal do Estado do Rio Grande do Norte (SIESAL-RN) destaca também que 58% do sal embarcado pelo Terminal Salineiro de Areia Branca, o Porto Ilha-Intersal, destina-se ao exterior, e que 27% dos embarques totais são exportados para os Estados Unidos, gerando uma média de vendas de 530 mil toneladas de sal por ano.

A perda dessa fonte de receita inviabiliza também a operação da concessão portuária do Terminal Salineiro Intersal, o Porto Ilha, que movimenta exclusivamente sal, aponta a nota. “O sal é estratégico e a derrocada da indústria salineira jogará o Brasil na dependência da importação”, afirma o documento.

O sindicato aponta que a desvantagem competitiva do produto brasileiro se acentua à medida que todos os competidores estrangeiros, como Chile, Egito, Namíbia e México, são taxados pelo governo americano com tarifas inferiores.

Sobre a busca por possíveis novos mercados, o presidente Airton Torres afirma, em nota, que a possibilidade de exportar para outros destinos, como o mercado asiático, torna-se inviável devido aos altos custos logísticos. Outros mercados, como o europeu, que possui produção própria e importa seu déficit do Norte da África e do Oriente Médio, também são considerados fechados para a produção potiguar.

“Trata-se, pois, de produto com vendas regionalizadas e não globais, como é o caso de outras commodities. Logo, não há alternativas que possam receber o volume de sal brasileiro que deixará de ser enviado aos Estados Unidos”, afirma Torres.

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