Projeto

Anna Luiza Queiroz e Anne Letícia Pinheiro, alunas da escola estadual de Tempo Integral Dr. José Fernandes de Melo, em Pau dos Ferros, representaram o Brasil em uma missão científica no Massachusetts Institute of Technology (MIT), entre os dias 7 e 14 de junho. O projeto que levou as jovens à maior universidade de tecnologia do mundo foi um rover sustentável, desenvolvido por elas e outros colegas como parte da equipe Redescobrindo a Caatinga.

A proposta nasceu dentro do ambiente escolar e alia tecnologia, sustentabilidade e valorização do bioma semiárido. O pequeno veículo robótico foi projetado para operar em condições extremas do solo e clima da Caatinga, com estrutura montada a partir de materiais reaproveitados. A ideia é utilizar soluções tecnológicas para responder a desafios locais, tendo a natureza como fonte de inspiração e campo de atuação.

A jornada até o MIT teve início ainda em 2024, durante a RoverXpedição Caatinga — uma série de etapas formativas e seletivas que mobilizou estudantes e professores da rede estadual. Em outubro, na fase realizada na Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), em Mossoró, a equipe se destacou entre dezenas de projetos. Já em janeiro deste ano, Anna Luiza e Anne Letícia participaram de uma missão preparatória no Laboratório de Aplicações Científicas (LAC) da UFERSA, onde trabalharam ao lado de mentores da universidade, estudantes do MIT e outros finalistas.

“É profundamente gratificante testemunhar que estudantes da escola pública são plenamente capazes de sonhar alto, romper barreiras e concretizar seus projetos de vida”, afirmou a professora Jacicleuma Oliveira, uma das orientadoras do projeto.

De volta ao Rio Grande do Norte, as estudantes relatam que a experiência foi marcante. “Foi a realização de um sonho. A sensação que tenho é de missão cumprida e de coragem para encarar mais um desafio”, disse Anna Luiza.

A secretária de Estado da Educação, professora Socorro Batista, parabenizou as estudantes e destacou a importância do feito. “É um orgulho imenso ver nossas estudantes se destacando internacionalmente. Essa conquista mostra o poder da escola pública quando há investimento, incentivo e valorização do protagonismo juvenil. Elas nos ensinam que a educação transforma — e transforma para o mundo”, pontuou Batista.

A missão científica nos Estados Unidos chegou ao fim, mas o legado que as jovens deixam é um convite à esperança e à ousadia. Do sertão potiguar ao MIT, a Caatinga foi redescoberta com ciência, criatividade e amor pelas raízes.

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Projeto já reciclou quase 2 milhões de garrafas plásticas, garante remição de pena, tem apoio da SEAP/RN e já foi reconhecido nacionalmente. Vassouras ecológicas também são doadas para escolas e unidades de saúde de Apodi.

No mês em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Apodi, no Oeste potiguar, dá um exemplo concreto de como o sistema prisional pode se tornar agente de transformação social e ambiental. Desde 2017, a unidade mantém a fábrica de vassouras ecológicas “Varrendo a Violência, Empregando a Paz”, um projeto que une sustentabilidade, ressocialização, responsabilidade social e cidadania.

Idealizado pelo policial penal Márcio Morais, o projeto foi implementado com o apoio da juíza da Comarca de Apodi, Katia Guedes, e do promotor Silvio Brito. Atualmente, conta também com o apoio da juíza da Vara de Execução Penal, Cintia Cibelle.

A iniciativa já retirou de circulação quase 2 milhões de garrafas PET, transformadas em vassouras artesanais com o apoio da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (SEAP/RN). A fábrica funciona com a colaboração de dez internos, que recebem remição de pena e aprendem um ofício. Para cada vassoura produzida, são reutilizadas 15 garrafas de 2 litros e uma de 1 litro.

Além da produção, a unidade estabeleceu uma rede de coleta com catadores e escolas locais, fortalecendo o envolvimento da comunidade com a iniciativa.

Doações à comunidade e reconhecimento

Parte das vassouras ecológicas é doada para escolas e unidades de saúde do município de Apodi, contribuindo com a limpeza de espaços públicos e reforçando o impacto social do projeto.

“Com muito orgulho, nós do CDP Apodi comemoramos o Dia do Meio Ambiente. Mas aqui, trabalhamos pela preservação ambiental o ano inteiro, com ações concretas que também beneficiam a nossa cidade”, destaca Márcio Morais, diretor da unidade.

A iniciativa já foi reconhecida nacionalmente. As vassouras feitas pelos internos foram expostas em Florianópolis (SC), durante uma feira promovida pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que destacou experiências exitosas no sistema prisional brasileiro. Em nível local, o projeto foi homenageado pela Câmara Municipal de Apodi.

Expansão e exemplo de superação

O sucesso do projeto inspirou outras unidades prisionais do Rio Grande do Norte. Presídios localizados em Caraúbas e Pau dos Ferros estão visitando o CDP de Apodi para replicar a boa prática em suas próprias unidades.

O impacto positivo da iniciativa pode ser visto também na história de José Camilo Neto, ex-interno do CDP, natural de Itaú. Após aprender o ofício na prisão, ele fundou ao lado da esposa sua própria fábrica artesanal de vassouras e hoje vive do novo trabalho.

O projeto “Varrendo a Violência, Empregando a Paz” mostra que o sistema penitenciário pode ir além da punição, promovendo reintegração social, educação ambiental e solidariedade comunitária.

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Por g1

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (21) o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República.Aprovado de forma simbólica, o texto propõe aumentar o tempo de mandato para todos os cargos eletivos (5 anos; entenda mais aqui). Durante as discussões, o colegiado optou por reduzir os mandatos de senadores a partir de 2030, para 5 anos.Além disso, a PEC também unifica a data das eleições municipais e gerais a partir de 2034 (confira os detalhes aqui).A discussão sobre o fim da reeleição ganhou corpo nos corredores do Senado ao longo da gestão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à frente da Casa.Ao longo dos últimos meses, líderes partidários de diferentes espectros passaram a defender a análise de uma proposta para pôr fim ao instrumento.

Da direita à esquerda, senadores têm afirmado que consideram a reeleição um “equívoco”.A PEC aprovada pela CCJ estabelece marcos diferentes para enterrar a recondução no Executivo:– Prefeitos: poderão se candidatar à recondução pela última vez em 2028, desde que tenham sido eleitos para um primeiro mandato em 2024. De 2028 para frente, novos eleitos para prefeituras não poderão mais se candidatar à reeleição.– Governadores: poderão se candidatar à reeleição pela última vez em 2030, desde que sejam eleitos para um primeiro mandato em 2026. De 2030 para frente, novos eleitos não poderão mais ser reconduzidos.– Presidente da República: também poderá se candidatar à reeleição pela última vez em 2030, desde que seja eleito para um primeiro mandato em 2026. De 2030 para frente, novos eleitos não poderão mais ser reconduzidos.– Vereadores, deputados e senadores seguirão sem impedimentos para se candidatar à recondução.A possibilidade de um chefe do Executivo se reeleger foi introduzida por uma emenda constitucional de 1997. À época, a mudança possibilitou que o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pudesse se candidatar a um segundo mandato e ser reeleito no ano seguinte.A proposta será, agora, enviada para votação no plenário principal do Senado, onde terá de reunir ao menos 49 votos favoráveis, em dois turnos, para ser aprovada. Depois disso, para começar a valer, ainda precisará ser aprovada pela Câmara dos Deputados.(*) Vinte e três anos depois, o próprio FHC classificou a mudança como um “erro” e passou a defender publicamente que “acabar com o instituto da reeleição” era uma mudança a “ser feita”.As reconduções registraram recordes nos últimos anos. As eleições de 2024 registraram o maior número de prefeitos reeleitos: 2.461. Dois anos antes, houve recorde também no total de governadores reeleitos: 18.Entre os presidentes da República, desde 1998, todos os presidentes em primeiro mandato conseguiram se reeleger nas eleições seguintes. A única exceção foi Jair Bolsonaro (PL), derrotado em 2022.O relator da proposta, senador Marcelo Castro (MDB-PI), avalia que o fim da reeleição pode impulsionar uma renovação política e abrir caminho para que governantes discutam “projetos estruturantes”.“A experiência acumulada em quase trinta anos de vigência da regra da reeleição não correspondeu às expectativas. O saldo da experiência pode, a nosso ver, ser assim resumido: ao prejuízo, previsível, do retardo no processo de renovação dos quadros políticos, deve-se somar o prejuízo, inesperado, decorrente do viés eleitoreiro que a perspectiva da reeleição induziu no desempenho dos mandatários”, diz Castro.A proposta amplia a duração dos mandatos de todos os cargos políticos disputados no país. Regras de transição diferentes serão aplicadas para efetivar, ao longo dos próximos anos, as mudanças.Segundo o texto, saltarão de 4 para 5 anos de mandato:

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